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A moda das USF, com mais um polo do Centro de Saúde Abrantes a ficar sem médico (Alvega)

Mais uma extensão de Saúde no concelho de Abrantes, ficou sem médico, desta feita por aposentação. Falamos do Pólo de Alvega, onde a médica se reformou, e por isso cerca de um milhar e meio de pessoas ficaram sem médico de família. Fica garantido de que, quem necessitar de consulta se deve dirigir ao Centro de Saúde de Abrantes, de acordo com o mesmo, que também não tem médico para todos os seus utentes. Aqui ira entrar as USF (unidades de saúde familiares) que precisam de utentes (doentes) para funcionarem, estes, num esquema de incentivos para os seus funcionários.

DR

Desde o passado dia 1 de Abril de 2021 que cerca de um milhar e meio de pessoas, ficou sem o seu médico assistente, devido à sua aposentação, desta feita na extensão de saúde de Alvega, no concelho de Abrantes, vulgo, agora denominado Pólo de Alvega do Centro de Saúde de Abrantes.

Esta situação foi reportada na última sessão camarária do executivo abrantino, pelo seu presidente e depois expedita pelo vereador da oposição eleito pelo Bloco de Esquerda, do porquê não ter sido precavida a substituição da médica que se aposentou e ainda relembrar que nas formações das USF do concelho de Abrantes, esta extensão estava subordinada à sua integração na USF Beira Tejo, localizada em Rossio ao Sul do Tejo, mas com destino ao Centro de Saúde de Abrantes (solução de recurso).

De acordo com o ACES Médio Tejo, entidade que gere os centros de saúde e não as camaras municipais; convém relembrar, garante que qualquer utente do Pólo de Alvega, que necessite de uma consulta, pode-se dirigir ao Centro de Saúde de Abrantes, para ter a mesma, não sendo uma tarefa tangível, pois numa população envelhecida, na sua maioria a constituinte desta extensão, já não era fácil dirigir-se à mesma, ainda mais ter de percorrer 15km para ter uma consulta, e numa sede onde nem médicos tem, para consultar os todos os seus inscritos.

Nos últimos anos podemos verificar que localidades como, Barrada, Vale de Zebrinho, São Facundo, Vale das Mós, São Miguel do Rio Torto, Arreciadas, todas da zona sul do concelho, ficaram privadas do seu médico de família, apenas com serviço de enfermagem em dias específicos, com tendência também a terminar, pois não havendo médico a prescrever tratamentos e a presenciar os atos in loco, não haverá serviços a prestar.

Isto num contrassenso local de combate à desertificação da população destas localidades, cada vez mais envelhecidas, onde falta talvez o maior bem essencial da natureza humana; a garantia de assistência na saúde, onde a mão de obra se torna a haver, cada vez mais difícil, com os mais jovens a procurar os grandes centros urbanos, acabando por se fixar nos mesmos e arredores.

No lado sul do concelho, sobra os polos do Pego, que já agrega muitos doentes daquelas localidades sem médico, Bemposta na mesma situação descrita anteriormente e o Pólo de Tramagal, já agregado à USF Beira Tejo em Rossio ao Sul do Tejo, muito provavelmente com mais uns anos, também aqueles fecharão portas.

Nesta USF (Beira Tejo), como na de Abrantes (Francisco de Almeida), já falamos de utentes, não de doentes, pois para estas funcionarem necessitam de um número especifico de utentes, para cada equipa de médico, enfermeiro e administrativo, trabalhando estes por objetivos, onde os seus ordenados são pagos, consoante o número de utentes, consultas, tratamentos feitos durante um determinado período de tempo, ultrapassando esse objetivo mais será o ganho para ambos.

Com a desertificação generalizada no concelho de Abrantes; o Censos 2021 que agora decorre, mostrará a realidade, para estas USF´S funcionarem necessitam de pessoas e será muito conveniente para quem tutela, estes polos, como agora o de Alvega, ficar sem médico atribuído, canalizando todos os seus doentes, que agora passaram a utentes para as ditas USF, e assim, conseguirem atingir os seus objetivos.

Esta será uma solução in temporária, pois com a desertificação, o seu modus operandos deixará de ser capaz de ser satisfeita no seu modelo de funcionamento.

Será que, não sairia mais barato ao estado, canalizar médicos para as extensões de saúde, além de que, os doentes, envelhecidos, tinham mais e melhor acesso aos mesmas?

Será que o jovem não ficaria na sua terra natal, sabendo que tem um bem essencial perto, e uma empresa não fechava portas, ou outra nova não se iria lá instalar, havendo mais população e melhores condições de vida?

Penso que, andamos ao contrário, ou a reboque de uma massa que nos tutela e dirige para seu belo prazer.

Fica a reflexão.


 
PJCruz ANF-MAF

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